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sábado, 27 de abril de 2013

Globolização.

Você vai ler esse texto até o final.
(reloginho vai-e-vem)
Você vai ler esse texto até o final.
(reloginho vai-e-vem)
Você vai ler esse texto até o final mesmo se a novela das nove voltar do comercial. 
(reloginho vai, já foi e não volta mais)
Tá bom, é brincadeira, concorrer com a novela de cada dia é forçar a barra ou não?

Sem muitos mistérios, o analismo de hoje foi quase meu tema da prova de redação e quase o tema dos meus amigos no trabalho de filosofia. E, não satisfeito em falar nas minhas 30 (apertadas) linhas, aqui estou eu provando que não sou apenas um rostinho bonito (certo, por voto vencido, é só ironia). Falar de mídia, imprensa, televisão, jornal já está realmente meio batido, confesso pra vocês. Mas é um assunto tão instigante que não me contentei em não comentar (digo, desabafar) com vocês. 

Negar o poder da informação é algo inaceitável no meio em que vivemos. Regimes políticos, conflitos armados, revoltas populares e escândalos públicos ganham dimensão mundial só por passar no plantão do intervalo da Sessão da Tarde. E é nesse clima de filminho que vamos, sem mais demora, falar da Rede Globo de Televisão, olha como coloquei tudo maiúsculo só pra você sentir a importância do assunto.


A Globo, é sem dúvida, a maior rede de televisão do Brasil e que alcança um enorme número de pessoas com o seu plim plim. Apesar disso, existe muita coisa que não sabemos ou não percebemos sobre esse grande veículo de comunicação. Vamos começar do início. A Globo foi criada em meio ao regime militar e foi justamente nesse período onde ela se tornou o que é hoje, a maior "fonte" de informação brasileira. Irônico, entretanto, que um meio de comunicação de massa tenha conseguido crescer e se consagrar num período movido por repressão e violência. Roberto Marinho, o presidente das Organizações Globo, fez, através de suas ligações frustadamente invisíveis, com que seu império crescesse numa troca de favores clara entre os ditadores. Com a propagação de notícias favoráveis ao regime militar e a omissão de certos (inúmeros) abusos de poder, a rede globo enriqueceu seu cofrinho deixando o plim plim cada vez mais alegre. Isso é fato, tanto que hoje em dia, Roberto Marinho é considerado um dos mentores intelectuais da ditadura, sendo que favoreceu o controle da população através da grade de programação extremamente manipuladora, colocando no ar aquilo que seus funcionários  diretores de programas que liam e controlavam tudo que ia para o ar  julgavam coerente com a política que seguiam.

Enquanto a população assistia os "avanços" do Brasil, pessoas eram injustamente mortas, tinham seus corpos desaparecidos, seus nomes vinculados à notícias falsas e tantas outras atrocidades, tudo isso, silenciosamente. E não parava por aí não, galera! Após torturados, revolucionários apareciam no ar falando "espontaneamente" sobre como era errado ir contra o regime, como seus crimes eram graves e que os jovens revolucionários, chamados pela globo de terroristas, deveriam repensar seus valores e desejos. É plim plim, amigos!

Os abusos da rede globo não param por aí e não cabem por aqui. E como sou breve e objetivo (descontração gente, por favor) essa postagem é pequena demais pra sair criticando tudo o que está debaixo do tapete nessa história. Mas tem aquelas histórias que não é novidade pra ninguém e se for, deixam de ser nesse instante. O comício das Diretas Já! foi covardemente anunciado no Jornal Nacional por dois minutos. Sim, meu amigo! DOIS MINUTOS. Você não faz nem um miojo com esse tempo! Um movimento de caráter revolucionário, caracterizado pela mobilização popular a favor da eleição direta para a presidência do Brasil foi, "por um erro técnico", substituído por outra reportagem. Coloque erro técnico nisso! E é plim plim de novo.

O Caso Proconsult, manipulação dos votos feitos nas eleições de 82 feita pela empresa Proconsult com apoio e divulgação da Globo para evitar a vitória de Leonel Brizola, candidato do partido democrático trabalhista, é outro exemplo que somo a esse texto que mais parece uma listinha de compras. Tempos depois, Leonel Brizola conseguiu, perante a justiça e depois de uma grande briga com a emissora o direito de resposta sobre a manipulação e omissão dos fatos. Como você no vídeo polêmico abaixo, em que Leonel coloca a boca do trombone denunciando abusos e indo contra, segundo o próprio, "o gigante" que é a Rede Globo.

Mas eu acho que não há algo tão claro e conhecido como a edição do debate de Collor contra Lula. O pobrezinho que já sente falta de um dedo também sentiu falta de partes da entrevista cedida a Rede Globo no dia do debate político para a presidência de 89. É muita cara de pau ou não? Além de favorecer Fernando Collor que adivinha... Ganhou a presidência. É claro o PT tentou reaver essa bagunça, movendo uma ação do STF (Supremo Tribunal Federal) exigindo que as cenas cortadas do debate fossem ao ar. E... Não deu em nada. Mais uma vez é plim plim, leitores.

Não precisamos voltar muito a fita (somos tradicionais, é fita mesmo) pra ver se repetindo a participação ativa da Globo na política. Mais uma vez, nosso castelinho midiático, foi acusado de tentar favorecer José Serra, candidato a presidência pelo PSDB. Segundo críticos o jingle de aniversário da globo foi uma "indireta" quase igual àquelas do facebook, à favor da eleição do candidato. A musiquinha dizia que "todos queremos mais" e a campanha do Serra se baseava no slogan "O Brasil pode mais". E então, o que vocês acham? Uma certeza nós temos, não deu plim plim de novo porque quem ganhou essa foi o PT, com a representação de Dilma Rousseff. 


As polêmicas da Globo não param por aqui, porém eu já estou parando, juro. O poder dessa emissora de televisão é evidente, a prova está na nossa cara. Os altos índices de audiência, as novelas consagradas, o jornalismo elogiado, a influência que ela exerce no comportamento do brasileiro é imensa. Alguém por exemplo, nunca ouviu falar no BBB? Alguém nunca assistiu o BBB? Tá bom, eu nunca assisti o BBB e meus motivos são ótimos e infelizmente, argumentos pra outro analismo! Mas você já deve ter visto uma pulseira da Jade que minha irmã deve ter até hoje ou um CD original (mentira, pirata mesmo) daquela novela das sete. Muitas coisas mudaram, é claro, seria burrice da Rede Globo continuar manipulando as pessoas da mesma maneira de algumas décadas atrás. Porém pra mim, esse pobre cidadão, hoje a manipulação é bem pior.

As pessoas não notam que mesmo sem querer acabam vivendo da maneira como (e nesse momento preciso generalizar) a mídia dita. Os comportamentos, as roupas, as opiniões, as convicções são todas controladas por uma manipulação silenciosa que precisa de fieis seguidores pra se manter viva. Importante a informação sempre foi, libertador  o conhecimento sempre vai ser. Mas não há liberdade quando uma pessoa não consegue pensar sozinha. Não há liberdade quando alguém ou alguma coisa controla nossas atitudes.

Últimas palavras e último conselho desse telespectador ardiloso que tenta não se contaminar com tudo que ouve, lê e sente. Informem-se mais! E não apenas por um meio de comunicação. Leiam mais, pesquisem mais, assistam aqueles canais que tem chuviscos ou que a cor é mais escura, aqueles que você não conhece o apresentador. Digo por experiencia própria que há muitos canais de televisão que ajudam você a se tornar um ser pensante, que te informam sobre o mundo em que você vive de maneira limpa. Levanta desse computador às vezes e sai na rua pra ver com seus próprios olhos o que a mídia não mostra, o que não é vendável e interessante nesse sistema da globolização.

E que fique claro para vocês, astutos advogados sem causa, que não tenho a intenção de dizer que tudo que passa na rede globo é ruim. Muito pelo contrário, quero que através do que disse aqui, vocês sejam capazes de filtrar aquilo que não é. 

Última das últimas das últimas considerações: Antes de terminar o texto minha avó perguntou sobre o que eu estava escrevendo, quando disse ela soltou uma frase que só afirma tudo o que eu disse antes: "Cuidado com os processos, hein!" SERIA PLIM PLIM DE NOVO, leitores? (risos, risos e risos sem fim) Até o próximo analismo!

terça-feira, 16 de abril de 2013

Pósconceitos.

De uns tempos pra cá o assunto que mais se discute é aquele que, a algum tempo atrás, só era discutido em redações do ensino fundamental. PRECONCEITO. As notícias dos últimos meses trazem à tona um assunto que esconde atrás do nome conhecido, raízes profundas. Antes de falar sobre esse tema, não devemos ser preconceituosos e precisamos saber literalmente, antes de mais nada, sobre o que falaremos. Lembrando que só estou utilizando o verbo falar na primeira pessoa do plural por hábito, afinal, meu lado pseudo-egoísta-crítico começa aqui.

Pre-con-cei-to. 4 sílabas, se ainda sei fazer isso direito, que significa: Ideia ou conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério ou imparcial. Quem nunca preconceituou (sem neologismo, afinal, esse verbo existe) alguém atire a primeira pedra. Não preciso ser mulher pra imaginar quantas ofensas já rodearam o cérebro feminino ao ver outra mulher passar com uma bolsa melhor ou mais cara que a sua, ou simplesmente passar. E sendo homem, não preciso nem listar o que se passa na nossa mente quando outro homem faz uma pose de superior na nossa frente ou fica conversando com a nossa futura-ex-namorada no meio dos nossos olhos. Contendo os ânimos, fingimos que não vemos, não é mesmo? Mas quem nunca não "foi com a cara" de fulaninho só por não ir? Não temos argumentos lógicos, digo, não temos sequer argumentos para nossos comportamentos inexplicáveis, o que torna nosso ponto de vista ainda mais suscetível a questionamentos.

Depois de nos considerarmos preconceituosos (ou alguém ainda não se considera?) podemos analisar, sem interferências dos nossos egos inflamados, o polêmica do momento: Com gel no cabelo e sorriso no rosto, Marcos Feliciano, pastor da Igreja Assembleia de Deus e deputado federal, foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara de Deputados do Brasil. O gel no cabelo continua o mesmo, mas o sorriso no rosto nem tanto. Sua estadia em tal cargo está gravemente ameaçada por protestos e revoltas iniciados por gays e negros e apoiados por um número significante de brasileiros. Antes de criticar ou defender (deixo a dúvida só para que vocês leiam até o final) nosso polêmico deputado, vamos descobrir a origem de tanta discussão e instabilidade. O pastor Marcos Feliciano postou em seu twitter declarações como "A podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, à rejeição", "Sobre o continente africano repousa a maldição do paganismo, ocultismos, misérias, doenças oriundas de lá: ebola, aids. Fome... Etc" e "Africanos descendem de ancestrais amaldiçoado por Noé. Isso é fato. O motivo da maldição é a polêmica". Existem outras declarações, é claro, mas acredito que essas foram as responsáveis por todo o barulho que estamos ouvindo. Lembrando que, algumas delas, já foram apagadas pelo próprio pastor ou deputado, do que chamá-lo afinal?

O que fazer quando o presidente da comissão que deve defender o direito das minorias da nossa sociedade se posiciona dessa maneira? O que fazer quando não admitimos que tal político administre o futuro, em tese, desses grupos? Isso é assunto pra mais de uma postagem, pra mais de um texto, pra mais de um blog. Então pretendo ser breve (já não sendo) ao me posicionar em relação a isso.

Manifestação de internautas (clique pra ampliar)
Preciso me declarar, desde já, a favor da revolta e dos protestos que vem acontecendo ultimamente. Ao ver tanta atitude, chego a ter uma súbita esperança de que não estamos perdidos ou mortos, de que ainda podemos lutar em prol daquilo que acreditamos. Isso definitivamente é uma conquista e tanto de uma sociedade que está acostumada a sentar na frente da televisão com um pacote de pipoca e um copo de refrigerante vendo a novela das nove engolir seus cérebros aos poucos. Sim, me exaltei. Mas essa é minha visão, se há algo de positivo no meio de tanta bagunça é a participação popular. Sinto falta dessas mesmas pessoas em outros momentos quando uma voz a mais faria toda a diferença. Quando políticos exigem aumento de salário, fazem dinheiro público desaparecer como num passe de mágica, quando falta comida na mesa de um brasileiro que não tem como sequer alimentar seus filhos. O que fazer, então? Como disse, já é um avanço! Se posicionar é fundamental, precisamos fazer dessa revolta um exemplo pra outras futuras. Mas nem tudo é um mar de rosas, afinal, esse mesmo grupo "revolucionário" age imaturamente diversas vezes.

Mulheres se beijando em um evento religioso
Infelizmente, vivemos num mundo de ignorantes, onde uma parte significativa da população não sabe se posicionar, utilizando de argumentos fraquíssimos como a violência. E violência, que fique claro, não está apenas em tapas, murros, voadoras ou mortais. Violência também está na falta de respeito ao próximo, na intolerância ao pensamento alheio. Se Feliciano não apoia gays, paciência! Ninguém tem direito de ir até os cultos, locais repletos de pessoas que compartilham de momentos de fé, e zombar da crença daquelas pessoas como as mulheres da imagem à esquerda, vistas por mim como desprovidas de bom senso por não saberem se posicionar da maneira correta, ofendendo não o Marcos Feliciano, mas as pessoas que estavam no local e discordam de tal atitude. E que fique claro, se fosse um casal hétero, pensaria da mesma maneira. Ninguém tem direito de ofender com palavras baixas o próprio deputado ou sua família. De generalizar a maldade e intolerância que existe no ser humano. O fato de um pastor ser (e que fique claro, são suposições) preconceituoso e racista, coloca todos os outros no mesmo barco? O fato de um padre ter sido pedófilo, torna todos os padres pedófilos? O fato de um cristão, católico ou evangélico, se posicionar contra alguma atitude, torna todos os outros iguais? Generalizar é o maior erro que esses grupos que foram e são discriminados podem cometer. Afinal, como diria o próprio Gessinger (essa vai pra um amigo) ninguém=ninguém.

Eu juro pra vocês, meus 3 ou 4 leitores, que tentei ser imparcial. Mas não concordo, definitivamente com homossexuais que utilizam da opção sexual para se vitimizarem e sair dando lição de moral nos quatro cantos do mundo, ofendendo religiões e pessoas. Acho que isso, inclusive, discrimina o próprio grupo do qual eles participam. Lutamos por diversidade e não nos admitimos diversos? O Brasil é repleto de pessoas diferentes, que adivinhem: pensam diferente. As pessoas se posicionam como querem em relação à homossexualidade. Quem é a favor merece respeito. E quem é contra também! Não podemos rejeitar os fundamentos morais e religiosos da nossa sociedade, precisamos aceitá-los, sem mais. É claro que não ser a favor é algo muito diferente de reprimir. Todos são livres, lembram?

Revoltosos com cartazes e faixas
Por fim (e ouço seu suspiro daqui) opinião é opinião. Ninguém tem direito policiar o pensamento do vizinho de casa, de carteira, de banco da praça. Nem Feliciano, nem você! Precisamos lutar sim, pra defender aquilo que acreditamos. Entretanto, devemos nos manter atentos a novas informações, declarações, movimentos, tentando absorver o máximo possível de novidades e pontos de vista. Nem tudo é como parece, muitas frases soltas são manipuladas pela mídia com o intuito de criar vilões e mocinhos. E convenhamos, o povo brasileiro adora uma novela! O final dessa não pode ser prevista por agora e muito menos por mim, vamos esperar atenciosos os próximos capítulos. Até lá, vamos tentar ter apenas pósconceitos, formar opiniões depois de conhecermos plenamente aquilo que vemos e ouvimos.

Última colocação desse leviano blogueiro (preciso me acostumar com tal termo) que vos escreve: Preconceito está em quem pensa que está sempre certo. Em quem pensa que as pessoas precisam pensar de maneira igual. Em quem pensa que pensar diferente é errado. Não em quem pensa.


Primeiro neologismo: Analismos.

Antes que eu tente e provavelmente não consiga explicar o porquê desse título para meu harmonioso, ou nem tanto, blog (creio que apelidos melhores surgirão com o tempo) tente tirar suas próprias conclusões. A ideia de ter um espaço em que eu pudesse me comunicar com mais de uma pessoa ao mesmo tempo, fazendo aquilo que gosto, é fantástica e ao mesmo tempo assustadora pra mim. Fantástica porque poderei compartilhar minhas opiniões, confusas ou não, com pessoas que poderão formar as suas. Assustadora porque me sentirei exposto, como no dia em que abaixaram minha calça na escola. Péssimas memórias, inclusive. Mas qual o problema? E me refiro unicamente à exposição, não ousem abaixar minha calça novamente, "queridos" amigos.

Fora isso, estou pronto para despir-me de qualquer preconceito formado. De qualquer limite estipulado. De qualquer pieguice acumulada, só para mostrar um lado menos visível em mim. Estarei, semanalmente, postando um texto novo sobre diversos assuntos que me encucam (sem neologismo dessa vez) a cabeça. Criticando aquilo que precisa ser criticado. Tentando encontrar razões pra justificar a bagunça que está essa vida que vivemos tão bem ou tão mal. Tentando alinhar meus pensamentos ao de vocês, só pra conseguir mostrar o quanto é importante pensar hoje em dia.

Analismos nasce aí. Na ideia de analisar e se envolver. Não apenas passar uma informação, mas principalmente, tentar entender, justificar, aceitar ou recusar, completamente, aquilo que está na frente dos nossos olhos. Não são apenas dados, são conclusões. Sem mais enrolação (porque sim, já estou enrolando vocês) vamos pro que interessa.

Bem vindos ao meu lado ranzinza.